terça-feira, 15 de junho de 2010

Semana da Criança: A alegria de recordar



Nos passados dias 18 e 19 de Maio de 2010 tivemos a oportunidade de usufruir da magia dos concertos de Metallica em Lisboa. Quase que por empurrão acabamos por ir ao segundo dia. As músicas vão-nos sendo familiares, mas a grandeza dos concertos são imagináveis.

E como se enquadra isto no dia das crianças? De forma muito simples: esta é uma banda que já passa gerações e toca o coração dos adultos que por ela se apaixonaram quando jovens e que hoje transmitem essa emoção aos filhos e estão com eles nos concertos. Pais, mães e filhos, pessoas ainda de fato (saídas do trabalho) ou vestidas a rigor para uma fantástica noite de Metal. Todos despidos de preconceitos saltavam, contavam, dançavam, as luzes e o fogo no palco foram tornando o ambiente cada vez mais mágico e todos pareciam crianças emocionadas e deliciadas com os acordes dos instrumentos e a emoção transmitida pelos músicos.

Esta é uma experiência que todos deveriamos experimentar, pormo-nos no lugar do outro e sentir com o nosso sexto sentido.

Ora, uns dias mais tarde, mais precisamente no dia 27 de Maio, uma outra banda, também na área do Metal, ouvida por muitos numa fase mais jovem, regressava aos palcos, nove anos depois do seu último concerto e 20 anos após o seu primeiro concerto, fez o Porto vibrar e sentir novas emoções. Vejamos a emoção que nos transmite o seguinte artigo:


27/5/10 – Foi este o dia do regresso aos palcos de uma das principais bandas de thrash metal em portugal, os WC Noise.
A noite começa com o constatar que existem na plateia velhas caras conhecidas e que “20 anos depois do primeiro concerto e 9 depois do último” eles estão de volta. E assim é.
Pessoalmente, não reconheci ninguém, era a minha estreia nos concertos dos portuenses, mas vi sorrisos, vi reencontros e, acima de tudo, vi um ambiente amigável e old school. Foi o concerto da velha guarda.
Foi o reviver de uma altura diferente, se calhar mais inocente, se calhar mais livre. O facto das pessoas comparecerem em força ajudou bastante.

Aqui no norte o ambiente que tenho visto em concertos pequenos, de bandas portuguesas é frio, com pouca adesão. Era isso que esperava, e felizmente enganei-me. Incrivel para uma banda que nos deixou depois de dois discos e que não faz um login no myspace há 10 meses. Nem para lá meter a data dos concertos – este do Porto e no Side B de Benavente (como foi a thrashada aí, Spoonman?).
Publicidade pouca vi, um cartaz aqui e ali numa parede algures pelo Porto. Incrivel e merecido.
Estava então tudo pronto para ser uma grande noite. A banda bem disposta e grata pela calorosa recepção abre o concerto com uma música do primeiro disco Loud And Mad, chamada Godless.
A reacção é boa, mas nota se que o público ainda está um pouco apático, sem saber o que esperar. Muitas reuniões não dão em nada porque a química ja não está lá. Aqui, mais uma vez, não é o caso.
Só foi preciso mais um par de músicas para a malta perceber que o poder ainda ali está e a temperatura subir aos 50º e o suor começar a cair que nem o João Pinto na grande área do adversário.
E o thrash. Começa o pessoal a thrashar que nem tolos e começa verdadeiramente a festa. Metal e sorrisos? Confere.
Se em disco os WC Noise são potentes bastaram três músicas para se ver que ao vivo são uma autêntica bujarda de assalto rifado.
Alterando entre músicas do já citado Loud And Mad, que fez o delírio do pessoal, como a You’d Better Shut Up, Eternal Gap ou Each One In It’s Place (viva a adrenalina!) com músicas do segundo disco Reality Asylum, como Confusion, The Ladder, Man Hunting ou People e também introduzindo algumas raridades, foi um daqueles concertos em que se suou, moshou, fez crowd surf, saltou, dançou e berrou.
Aaahhh, já me tinha esquecido que thrash metal era tão divertido.
E no meio do caos todo dei por mim a pensar “entrei numa cápsula do tempo e voltei a 1990″. Uma época de descoberta, de apoio. Sim, em que a malta apoiava, ia a concertos, em vez de preferir ir para um piolho beber e não fazer ponta.

Um ou outro prego ou entrada fora de tempo, mas a performance mesmo assim é de topo. O guitarrista distribui riffs metralhados e solos alucinantes, o baterista é um animal no pedal duplo e nos rolls e o baixista saca umas linhas bem pulsantes e percorre os fretes de cima a baixo com uma facilidade impressionante. No fim temos um vocalista que não fica nada atrás de um Phil Anselmo em termos de atitude. Nota-se ali a influência mas não prejudica nada o conjunto. Talvez a voz não atinja o nível de poder dos instumentos, mas não envergonha ninguém.

Resumindo: concerto curto mas valeu cada minuto. Valeu sair de lá encharcado no proprio suor e custar levantar no dia seguinte para ir trabalhar. Fiquei (ainda mais) fã e espero voltar a vê-los em breve.FOi um previlégio e um prazer assistir ao regresso de uma grande banda e agora percebo o porquê dos regressos.
Às vezes esquecemo-nos das saudades que temos de alguma coisa que passou, mas quando as revemos a sensação não pode ser melhor. Aí percebemos realmente que de facto tinhamos saudades.

E a alegria no final de todos era prova disso.

Artigo escrito por blackirish in http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories%2F61813

Também esta é uma forma de procurar e encontrar o nosso bem-estar e alegria, bem como deixar sair a criança que temos em nós.

Saibamos ser felizes com o que temos!… E temos bons concertos e boas músicas!

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