terça-feira, 15 de junho de 2010

Luísa Costa – A valorização da Higiene e Segurança no Trabalho


Luísa Gonçalves Costa, formadora e Técnica de Higiene e Segurança do Trabalho e Ambiente. Desempenha funções nesta área na empresa Montilabor – Serviços Clínicos, Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho, Lda., com sede em Chaves e cuja principal actividade é a prestação de Serviços Externos de Medicina, Higiene e Segurança do Trabalho, entre muitas outras funções. Todas as suas tarefas são realizadas com profissionalismo e empenho, sem esquecer que as empresas são formadas por pessoas e que do bem estar delas depende também o da empresa. Vamos ver de que forma isso acontece?


1- Em linhas gerais em que consiste a actividade de um técnico de Higiene e Segurança no Trabalho?

R: A função de um técnico de Higiene e Segurança no Trabalho (HST) consiste, fundamentalmente, em identificar e avaliar condições e/ou acções que possam ser consideradas de risco para os trabalhadores.

Esta análise engloba distintos parâmetros, pois tanto se avaliam as condições físicas existentes na empresa, tais como: adequação dos postos de trabalho, máquinas e equipamentos utilizados, condições de ventilação e iluminação entre outros; bem como, se avaliam as acções humanas que possam ser identificadas como possíveis factores de risco para o trabalhador.

Depois de feita a identificação e avaliação dos riscos existentes, o técnico tem também como função a implementação das medidas necessárias à redução e minimização desses mesmos riscos. Mediante os riscos identificados, o técnico deverá aconselhar as medidas correctivas e/ou preventivas a implementar. Estas medidas poderão ser colectivas ou individuais consoante a necessidade verificada. As medidas colectivas abrangem todos os trabalhadores, como por exemplo, a colocação de sistemas de segurança em máquinas e equipamentos de trabalho, ou medidas individuais, o que poderá ser o aconselhamento de utilização de Equipamentos de Protecção Individual, comumente conhecidos por EPI’S.

Entretanto, as funções de um técnico de HST são muito mais abrangentes relativamente aquilo que aqui focamos. Aqui simplesmente ressaltamos o que consideramos mais relevante.

2- Além das funções impostas pela lei, em que outros níveis pode um técnico de HST contribuir para o bem-estar e equílibrio de uma empresa?

R: O técnico de HST pode certamente contribuir para o bem-estar e equilibrio de uma empresa, uma vez que a sua função primordial é a de gerar organização e melhorar as condições de trabalho para todos colaboradores da empresa. Se o técnico de HST conseguir cumprir o seu papel impondo essa melhoria nas condições de trabalho, irá originar uma maior segurança. Com o aumento da segurança, mediante a melhoria das condições laborais, surgirá uma maior satisfação nos trabalhadores. Este aumento de satisfação e confiança entre todos os trabalhadores, consequentemente se traduzirá num aumento de equilibrio e do bem-estar entre todos.

3- Da sua experiência profissional acha que as empresas portuguesas cumprem a lei só por cumprir, ou já interiorizaram os benefícios das regras para o bem-estar dos trabalhadores?

R: A implementação de serviços de medicina, higiene e segurança no trabalho numa empresa deverão ser considerados como um investimento e um consequente benefício, não devendo jamais, ser considerados como mais um custo ou mais uma despesa, tal como presentemente se verifica na maioria das empresas. Quando se olhar para esta questão por esse prisma, ou seja, que a implementação da higiene e segurança é um beneficio e um investimento, irá suceder o que já anteriormente mencionamos quando referimos a questão de que a melhoria das condições de trabalho se traduz num aumento da satisfação dos trabalhadores e dessa forma contribuirá para o seu bem-estar. Contudo é de extrema importância ressalta e lembrar a todas as entiddes patronais que, um aumento da satisfação e do bem-estar dos trabalhadores irá, a longo prazo, reflectir-se no aumento da produtividade, pois, em consequência dessa satisfação, os trabalhadores irão gerar uma maior produção.

Assim sendo, será que os beneficios da implementação dos serviços de Higiene e Segurança no Trabalho apenas trarão benecificios para os trabalhadores? Deixo-vos aqui esta questão para que possam meditar a respeito.

4- Da sua opinião pessoal e profissional o que falta ao Homem para ser feliz?

R: Antes de mais gostaria de poder colocar aqui uma “simples” pergunta. O que é a felicidade? Será que somos capazes de arranjar uma definição ou um significado que a todos satisfaça? O mais provavel é que não, pois a felicidade é um sentimento extremamente relativo. Entretanto, se pegarmos nessa relatividade e a analisarmos, poderemos dizer que, apesar de não dispormos ainda de uma definição geral, já é bom saber, pelo menos, que cada Ser tem o seu ideal de felicidade.

Continuando com este raciocínio, deveremos então questionar o seguinte: O que me poderia fazer feliz? Certamente muitos responderiam: Ganhar o Euromilhões!!!! Mas então nova questão se levanta… Serei capaz de ser feliz se não ganhar o Euromilhões? É preciso acima de tudo sabermos encontrar a nossa verdadeira felicidade no que temos e, sobretudo, no que somos! Se formos capazes de encontrar este equilibrio nas nossas vidas, certamente que dia-a-dia começaremos a descobrir a tal felicidade, que talvez sempre tenha estado presente, nós é que não a conseguiamos ver e sentir porque a procuravamos no exterior em vez de a cultivarmos no nosso interior. Esta é a minha opinião pessoal que gostaria de poder partilhar com todos vocês.

Quanto à minha opinião profissional, penso que o que faria falta ao homem para ser feliz são melhores condições de trabalho e melhores salários! Certamente que esta seria também a resposta de muitos trabalhadores.

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