quinta-feira, 29 de abril de 2010

Por que um dia dedicado ao riso?



Como é fácil constatar, o sorriso é uma expressão de significado universal, que distingue o ser humano dos restantes animais, reflectindo bom-humor, prazer ou divertimento. Quando o sorriso é dado com maior intensidade gera-se o riso, através do qual manifestamos alegria e bem-estar.

Assim, o riso é uma resposta emocional automática, emitida pelo nosso cérebro.

Herbert Spencer foi um dos primeiros investigadores no estudo do riso e afirmou que o riso é um mecanismo essencial para restaurar o equilíbrio emocional, físico e biológico.

E quem não quer encontrar o seu equilíbrio e bem-estar? Andamos tantas vezes atrás de nós próprios, da compreensão dos nossos sentimentos e emoções, por que não fazê-lo a rir e contrariar as nossas tendências depressivas?

O psicólogo Herbert Lefcourt demonstrou que o riso e o bom humor modulam a resposta perante a adversidade, influenciando positivamente perante situações emocionalmente dolorosas.
Então, rir com os outros é um momento de partilha, partilha de ideais, de sentimentos, de vontades e de lutas.

O riso estimula emoções positivas e poderosas, gera predisposições para que as pessoas encontrem a paz dentro de si mesmas e influenciem de forma positiva e pró-activa.

Na realidade, a celebração deste dia é uma manifestação para a Paz Mundial e pretende construir uma consciência de amizade e fraternidade através do Riso.

O primeiro “Dia Mundial do Riso” teve lugar em Mumbai, Índia, no dia 11 de Janeiro de 1998. 12.000 membros de clubes locais e internacionais juntaram-se para uma mega sessão de riso.

“HAPPY-DEMIC” foi o primeiro “Dia Mundial do Riso” realizado noutro país. Foi a 9 de Janeiro em Copenhaga, Dinamarca, e mais de 10 000 pessoas juntaram-se na Praça da Câmara Municipal. O evento entrou para o Guinness – Livro mundial de recordes.

O ”Dia Mundial do Riso” é, actualmente, organizado todos os anos no primeiro domingo de Maio.

Reúnem-se nesse dia, centenas de pessoas, por vezes milhares para rir juntos, porque todos sentem que o riso estabelece uma ligação entre diferentes credos e religiões e cria uma nova lógica nos meios onde se insere.

Com o riso podemos explorar a imagem de partilha com braços abertos e o sorrir é a forma ideal de segurar o riso, gera-se um caminho de duas direcções: dar e receber, com fraternidade, amizade e amor.



www.laughteryoga.orghttp://www.diamundialdoriso.com/

Dia Mundial do Riso 2010 - Porto


Dia Mundial do Riso - 02 de maio de 2010.
Venha festejar e sorrir conosco!
Duas sessões. Escolha o melhor horário para si!
Horário: 10 às 12h
16h às 18h
Actividade: Yoga do Riso e Terapia do Riso
Maiores informações: www.saberesorrir.com




sábado, 24 de abril de 2010

Inauguração da Escola do Riso, explosão de gargalhadas pela paz!




A inauguração das instalações oficiais da Escola do Riso aconteceu no dia 18 de abril de 2010 na Quinta do Sol, em Framilo, Lousã, com muita alegria, entusiasmo e uma certeza: espalhar cada vez mais o riso e o bem-estar à todas as pessoas gerando equilíbrio.


A Escola do Riso é um projecto de Joanne Gribler, mais conhecida por Ana Banana, e de Jörg Helms, que nos últimos anos têm difundido o yoga do riso em Portugal, percorrendo o país de Norte a Sul para formarem líderes do riso. «É mesmo a realização de um sonho», contou Jorg, entusiasmado com a inauguração da escola, explicando que as instalações funcionarão como Quinta Pedagógica da Conservação da Alegria e como Centro Cultural, uma vez que contarão com oficinas diversas.

Para inaugurar a escola o mais apropriado foi começar com a formação de Lìderes de yoga do riso nas novas instalações. A formação começou no sábado e durou três dias, sendo que, no domingo, os formandos tiveram a oportunidade de demonstrar, durante a inauguração pública, o que aprenderam na formação. Na segunda-feira, realizaram uma demonstração final, em um infantário, um lar de idosos e em uma agência bancária da cidade de Lousã.

Uma sessão de yoga do riso consiste numa actividade lúdica onde se intercalam exercícios de respiração e alongamentos yoga com exercícios de riso. É uma actividade de catarse colectiva através do riso, dinamizada por um líder. Na realidade, é uma ginástica da gargalhada com consequências também terapêuticas. Foi desenvolvida pelo médico indiano Dr. Madan Kataria e sua esposa Madhuri Kataria.

Estar presente na inauguração da Escola do Riso e assistir, naquele momento histório, o nascimento (natural) do “bebé”, já designado a espalhar sorrisos e alegrias, foi realmente uma emoção ”fabulástica”!

Envolvidos neste ideal, o Saber e Sorrir renova a sua missão de contagiar as pessoas e toda a humanidade com muitos sorrisos que acabem por transformar o mundo em uma casa de paz!



Você está disposto a juntar-se à nós?

Já conquistaste realmente a tua liberdade?



A 25 de Abril de 1974 deu-se o golpe de Estado Militar que derrubou, sem derramamento de sangue e sem grande resistência das forças leais ao governo, o regime ditatorial herdado de Oliveira Salazar. É um dia usualmente conhecido pela “ Revolução dos cravos” porque cada soldado carregava um cravo na sua espingarda. O golpe propriamente dito foi despertado, simbolicamente, com a música “E depois do Adeus” de Paulo de Carvalho às 22h55 de dia 24 de Abril, seguido da “Grândola, Vila Morena” de José Afonso às 0h20m. É considerado o dia da LIBERDADE!


Onde está a nossa liberdade, hoje? A 25 Abril de 2010?



Somos seres humanos tão evoluídos, proclamamos a liberdade sob todas as formas e mostramo-nos tão primitivos que deixamos que qualquer factor externo ao nosso corpo nos influencie atitudes, reflexões, acções, disposições… Nos influencie totalmente da forma mais subtil inimaginável… Então somos realmente seres humanos primitivos e submissos aos “ses” que acumulamos diariamente, escravos das variações do tempo e das reacções dos outros, mesmo que os outros também estejam à mercê das nossas próprias reacções… Mas estamos demasiado ocupados, em gritar e lutar por liberdade, para perceber isso… Perceber que liberdade começa onde tudo realmente começa, no nosso interior, na nossa vontade, na nossa escolha transversal ao equilíbrio que nos orienta e impulsiona.

É mais fácil viver ignorantemente preso achando-se livre, do que trabalhar pela felicidade dia após dia… é mais fácil ir á farmácia e comprar uma caixa de comprimidos que nos dão leveza ilusória de espírito e que parecem afastar os fantasmas… é mais fácil ser escravo da vida, das estações do ano, da crise global, da política, da religião, do futebol e até do vizinho… Assim a “culpa” do estado em que nos deixamos estar nunca será nossa, mas estará sempre assegurada!

A decisão é sempre nossa, ou melhor, de quem se der ao trabalho de achar que é realmente importante viver em vez de deambular por aqui…

Cada Ser Humano, mais do que festejar esta data importante, deve ter o seu próprio “25 de Abril”!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Dr.ª Elisangela Dias – Organizações Positivas

Licenciada em Gestão de Recursos Humanos e Pós Graduada em Gestão de Projectos, Coach, consultora na área de recursos humanos, actuando há mais de 15 anos na área de projectos de pesquisa de clima organizacional, recrutamento e selecção de profissionais em empresas de médio e grande porte. Forte actuação na área do voluntariado e da responsabilidade social, educação de jovens e adultos, palestras e cursos profissionalizantes utilizando dinâmicas e jogos.

Autora do blog http://elisbsdias.blogspot.com/ e do site www.elisdias.com

1. De onde surgiu o termo “Organizações Positivas”?

R:O termo Organizações Positivas foi definido por David Cooperrider, que é Professor de Comportamento Organizacional na Universidade Case Western, de Cleveleand, Ohio (Estados Unidos) e diz respeito às organizações que se utilizam da metodologia Appreciative inquire, ou Investigação Apreciativa. É uma metodologia de desenvolvimento organizacional baseada na valorização dos colaboradores.

O objectivo básico da Investigação Apreciativa é tornar uma organização melhor, baseada no que ela já tem de bom, ou seja, que essa organização trabalhe utilizando as melhores práticas.

O grande diferencial da metodologia é que ela não fica apenas numa discussão teórica dos problemas da organização, mas faz com que todos os colaboradores possam actuar como força construtiva para uma mudança.

2. De que forma a Investigação Apreciativa actua para tornar uma organização positiva?

R: A metodologia baseia-se em 5 princípios básicos:

■Construcionista – Onde as organizações são entendidas como construções humanas, ou seja, nossa realidade é construída baseada nas nossas experiências anteriores e, por isso, nosso conhecimento e a organização estão interligados.
■Simultaneidade – O questionamento e a mudança ocorrem simultaneamente. Quando se faz uma questão a alguém, a pessoa que recebe a questão sofre uma mudança de comportamento. A questão apreciativa favorece a auto-estima. As questões que fazemos são parte do processo de mudança.
■Político – Ao olharmos uma obra de arte, podemos ter diversas interpretações, com as organizações humanas ocorre a mesma coisa. Como há diversas interpretações, podemos encontrar o que procuramos nas organizações.
■Antecipação – As pessoas vão para onde se questionam (sonham), assim como as organizações. O recurso mais importante da organização é a imaginação colectiva e o discurso a respeito do futuro. Um dos pontos básicos da antecipação na vida organizacional é que a imagem do futuro é o que, de facto, orienta o comportamento da organização.
■Positivo – A proposta da abordagem positiva é o que agrega e realimenta a organização. Se as questões a serem feitas forem as mais positivas possíveis, maior será a mudança.

3. O que são as Organizações Positivas?

R: São todas as empresas que possuem em seus princípios de actuação e cultura organizacional desenvolver emoções positivas, optimismo, incentiva a criatividade, valoriza a confiança e a cooperação entre todos os colaboradores, além de trabalhar a resiliência, as relações interpessoais, a empatia, a cidadania, os princípios éticos para com o meio ambiente, a organização, os pares e a comunidade.

4. Como tantas fraudes, downsizings, relações negativas entre pessoas e organizações, chefes tóxicos e o desemprego tão presente no mundo todo, como trabalhar a positividade em tempos de tanta negatividade nas organizações?

R: Não podemos negar que esta negatividade existe, que há empresas e gestores que fazem muito mal aos seus colaboradores, que existem gestões desumanas, mas há luz no fim do túnel. Pois existem diversas organizações, desde PMEs até as gigantes, que optaram por actuar de maneira positiva, que mantêm as melhores práticas de trabalho e pouco se fala delas. O sector de recursos humanos tem papel fundamental neste trabalho, pois deve ser o disseminador da positividade. Deve trabalhar junto aos gestores para que estes sejam líderes e não apenas “chefes”, que acompanhem as equipas, a comunicação interna, ao investimento em formação contínua e principalmente em acompanhar o clima organizacional, fazendo inquéritos anuais e avaliações de desempenho e seu respectivo feedback.

5. Fale sobre o clima organizacional nas organizações positivas.

R: O clima organizacional é algo muito subtil e é reflexo da cultura organizacional, e estão intimamente ligados.

O clima organizacional indica o grau de satisfação de todos os seus colaboradores em diferentes aspectos da realidade organizacional, tais como as políticas de recursos humanos, o modelo de gestão, a comunicação interna, a missão da organização, a valorização dos profissionais e se identificam com a cultura da organização.

Nas organizações positivas deve se estimular o melhor das pessoas, bons sentimentos, boas práticas, como por exemplo, se um colega está em apuros necessitando entregar um relatório, os colegas se dispõem a ficar até mais tarde para ajudá-lo.

As organizações positivas reforçam o optimismo natural das pessoas e suavizam o pessimismo natural de outras.

6. São as organizações que influenciam os fundamentos de positividade?

R: Certamente. Pois são as organizações que influenciam o comportamento de seus colaboradores e dos líderes, que podem se tornar mais autoconfiantes, esperançosos, optimistas, com emoções inteligentes e mais resilientes.

7. Como uma organização pode conseguir isto?

R: De maneira muito simples, a começar pela autonomia aos colaboradores, valorizando suas aptidões, valorizando a autoconfiança que é a base da motivação, valorizando sempre o feedback positivo, celebrar os êxitos. Um ambiente de trabalho vibrante e com energia positiva disseminado também promove a autoconfiança.

8. Como o processo de Coaching pode contribuir com as organizações positivas?

R: O processo de Coaching desenvolve uma auto-reflexão positiva e a auto-responsabilização, além de estimular uma escuta activa, de trabalhar com perguntas poderosas e utilizar técnicas da PNL (Programação Neuro Linguística) que trabalha a positividade, as crenças, os propósitos, a missão de cada um e se está de acordo com a missão da organização.

9. Para concluirmos nossa entrevista, ser uma organização positiva não é muito fácil…

R: A positividade na organização implica em esforço contínuo por parte dos gestores e colaboradores, sacrifícios e saber lidar com as decepções da vida organizacional. Gerir positivamente dependerá dos elementos: confiança, apoio, cooperação, transparência, para que a melhora seja contínua. Não há como descuidar. Optimismo e realismo sempre devem andar juntos.

10. De sua experiência pessoal e profissional o que falta ao homem para ser feliz?

R: Acredito que muitas pessoas esperam que a felicidade venha de fora para dentro, quando o contrário é que é verdadeiro. Já que não podemos modificar o passado e o futuro ainda não chegou, temos o presente que como o próprio nome diz é um presente para fazermos as transformações necessárias e sermos felizes.

O autoconhecimento é a porta para ser feliz, a empatia, a auto-reflexão, o optimismo sempre; apesar de todas as dificuldades que possam surgir em nosso caminho, a esperança, o sorrir, além de participar de algum trabalho voluntário, que traz um bem enorme, pois passamos a ver que muitas das nossas questões ficam pequenas e vemos os nossos problemas sob outra óptica, faz muito bem.

Ame-se, cuide da sua saúde, faça uma actividade física prazerosa, tenha uma alimentação saudável e pensamentos saudáveis.

Jamais deixe de sonhar e de acreditar, contemple o pôr-do- sol, os pássaros cantando, o céu azul, o sorriso de uma criança, seja grato à vida.

Não existe uma fórmula mágica, o importante é ser feliz.

Optimismo invade Braga!


Workshop Passos para o Optimismo em Braga!!!

Dia: 09 de Maio de 2010
Horário: 9h30min às 18h

Local: IPJ – Instituto Português da Juventude (a confirmar)


Inscrições Limitadas!!!
Invista no seu Desenvolvimento Pessoal!!!

Investimento: 30 euros por pessoa.

* 913 463 901 / 967 302 010 / 966 189 415
* Praça D. Filipa de Lencastre, nº 22, sala 67 – 4050-259 Porto

Mais informações e inscrição clique aqui.

Miminhos: inscrições até o dia 30 de abril: 15% de desconto!

Para descobrir como foram as edições anteriores:

Clique aqui para saber como correu a primeira em Chaves
 ou clique aqui, para saber como correu no Porto…

“Coaching para excelência dos professores” – EXPONOR

A EXPONOR (Feira Internacional do Porto) apresenta a Qualifica – Feira de Educação, Formação, Juventude e Emprego, do dia 15 a 18 de Abril de 2010. Esta feira reúne no mesmo espaço diversos representantes de entidades responsáveis pela educação, formação e emprego.

Enquadrado na Qualifica, realizou-se a 15 de Abril de 2010, entre as 15 e as 17 horas, um Seminário intitulado “Coaching para a excelência dos professores” com a presença do Prof. Doutor Jacinto Jardim, Eng. Viana Abreu e a Dr.ª Maria da Saúde Inácio.

A adesão a este seminário representa uma vontade de melhorar o ensino em Portugal e percebeu-se a importância que uma pequena semente da nossa vontade pode despertar na sociedade à nossa volta.

Abordaram-se temas cuja a linha transversal focava a Psicologia Positiva e, consequentemente, as emoções positivas, bem como a importância do bem-estar interior de cada indivíduo no processo de comunicação, para que a mensagem consiga ser objectivamente compreendida pelo receptor e bem orientada pelo emissor, sendo este o principio básico da essência da comunicação. O Prof. Doutor Jacinto Jardim alertou ainda para a promoção de um clima humano positivo, através do combate de 10 sinais de acção (que nos levam a ter atitudes e comportamentos negativos, dificultando o processo de comunicação) e fomentando 10 emoções positivas.

Assim, aos 10 sinais de acção: Solidão, Desconforto, Medo, Mágoa, Raiva, Frustração, Desapontamento, Culpa e Inadequação, Cansaço; actuaríamos com 10 emoções positivas: Amor, Gratidão, Curiosidade, Entusiasmo, Determinação, Flexibilidade, Confiança, Alegria, Vitalidade e Contribuição.

O Eng. Viana Abreu, muito bem contextualizado na área do coaching na sua globalidade, começou pela exploração da definição de Coaching como “a arte de inspirar os outros a realizar o seu potencial”, através do silêncio interior indispensável para estar atento ao outro, aos sinais de abertura mínimos para que possa haver actuação no processo de transformação.

O ser humano sempre resistiu naturalmente à mudança, mas, face a um tempo de mudanças tão aceleradas, cria-se a necessidade urgente de mudar mentalidades transformando o medo do desconhecido numa oportunidade de evolução e desenvolvimento. O centro seguro para esta nova forma de encarar a vida é o nosso reforço interior apostando no auto-conhecimento, enquanto ser bio-psico-socio-cultural. Longe vão os tempos em que a selecção de um candidato a determinado cargo se restringia à formação académica e experiência profissional, e ainda bem. Agora valoriza-se também a inteligência emocional e atitude positiva do indivíduo face ao mundo, atitude esta que vem de todo um processo de auto-conhecimento: auto observação, auto descoberta, auto consciencialização e a sentida e real vontade de transformação que o individuo decidiu que quer obter para atingir os seus objectivos. É preciso coragem para querer conhecer-se melhor, perguntar-se onde está, onde quer ir, o que quer fazer, como, porquê, como se sentiria ao ter o que quer e o que se está realmente disposto a fazer e quando, mas o resultado final no sentido da sua vivência vale o desafio.


Como as palavras transmitem energia, poder, ousou-se substituir Mudança por Oportunidade; Problema por Desafio; Fracasso por Resultado e o “Vou tentar…” (ser, fazer, ter) pelo “Vou” (ser, fazer, ter).

Desta forma, passa-se a focar apenas o objectivo, a meta que se quer atingir, abstraindo-se de ideias paralelas que atrapalham a concretização, seguindo as estratégias e planos definidos por cada um, doseando as energias na acção para o culminar de um caminho traçado por sua iniciativa, em consciência e com a perfeita noção das suas capacidades e talentos para a vitória.

A Equipa Saber & Sorrir orgulha-se de ter estado presente neste seminário e agradece a oportunidade, pela troca positiva de experiências e conhecimentos importantes no desenvolvimento pessoal e profissional de todos os intervenientes.

Drº. Mário Barroco – Dislexia e Perturbações de Comunicação


Mário Barroco, Terapeuta da fala há 5 anos, mestre em Ciências da fala e da audição, com trabalho desenvolvido ao nível de escolas, em Unidades de Ensino Estruturado com apoio de alunos com Perturbações de Comunicação, como o caso de autismo, em Unidades de Multideficiência (com casos de paralisia cerebral, trissomia 21, entre outros), apoio de alunos NEE com vários problemas, bem como ao nivel de clínica de reabilitação (patologias vocais, afasias, disartrias) e gabinete de apoio psicopedagógico.



1-A fala é um dos maiores meios de expressão do ser humano. As dificuldades da fala podem comprometer o bem-estar do indivíduo?

R: Existem diversos meios de comunicação (expressão) utilizados pelo ser humano. Temos a comunicação verbal, como a fala, o canto, o tom de voz, e a comunicação não verbal, onde temos as expressões faciais, o sorriso, os gestos, o olhar, a escrita, a postura, entre outros meios. Comunicar não é só falar, apesar de este ser um dos meios preferenciais de comunicação. Daí, qualquer perturbação ao nível da fala, pode comprometer o bem-estar do indivíduo. Uma criança, ou adolescente, que possua uma perturbação neste nível, pode sentir-se inferiorizada em relação aos seus colegas, pode ter dificuldade na identificação com o grupo de pares e ser aceite pelos mesmos, levando a situações mais graves. Ou o caso de um adulto, com, por exemplo, problemas ao nível da fluência do seu discurso (“gaguez”) que se intimida perante uma entrevista de trabalho, comprometendo o seu bem-estar.

Basta imaginar-nos sem a nossa capacidade de poder transmitir tão facilmente as nossas ideias, opiniões ou sentimentos em determinado momento… comprometeria todo o nosso bem-estar…

2-Nas escolas têm sido identificadas (ou apontadas) várias crianças com dislexia. De uma forma geral, quais as indicações que o Dr. Mário pode fornecer aos pais e professores para realmente identificar uma criança dislexica? Quais os tipos de tratamento ou terapias?

R: Muitos dos alunos, hoje em dia, vêem condicionado todo o seu percurso escolar, derivado a dificuldades manifestadas em várias áreas de aprendizagem influenciadas pelas dificuldades de leitura e escrita que, para além das próprias dificuldades criadas no processo de aprendizagem da leitura e escrita, constituem um dos maiores obstáculos que surge ao longo de toda a escolarização do aluno.

A dislexia é uma perturbação linguística, manifestada na dificuldade de aprendizagem de leitura e escrita com características específicas. Para realizar uma correcta avaliação e diagnóstico da dislexia devem ter-se em conta várias áreas, como o desenvolvimento linguístico, o funcionamento cognitivo, a percepção visual e auditiva, a motricidade e psicomotricidade, o desenvolvimento emocional, entre outros aspectos importantes. Contudo desde o ensino pré-escolar, existem alguns sinais que podem ser alertas para a presença de um quadro de dislexia em determinadas crianças, como falta de atenção, dificuldade em aprender e memorizar rimas e canções, montar puzzles e jogos de encaixes e sequências, dificuldade de coordenação motora, pouco interesse por livros ou confusão ao nível da lateralidade (entre a direita e a esquerda). Posteriormente, após o início da aprendizagem da leitura e escrita, a nível escolar, como sinais de alerta podemos ter a dificuldade em associar os símbolos gráficos com o som correspondente, confusão de fonemas e sílabas, dificuldades na passagem do fonema e sílaba para a palavra, dificuldades de percepção, imitação e memorização auditiva, dificuldades articulatórias e comunicativas, défices de atenção, ocorrência de erros ortográficos (inversões, omissões e trocas), dificuldade na memorização de palavras, dificuldades de interpretação… entre outras características.

No que respeita à intervenção com estas crianças, fundamentalmente, esta baseia-se em fornecer-lhes estratégias e técnicas para conseguirem superar as dificuldades que elas apresentam. Trata-se de um treino de competências, realizando um trabalho sistemático, estruturado e muito específico. Existem alguns métodos de reeducação ao nível do mercado. É necessária uma envolvência por parte de todos os intervenientes (pais, professores, técnicos, psicólogos) de modo a melhorar a auto-estima da criança e as suas competências académicas.

3-O comprometimento da fala seja por causas inatas ou por acontecimentos de vida afectam o individuo no seu relacionamento interpessoal, na sua auto-estima e desenvolvimento pessoal. Que outros tipos de acompanhamento ou terapias aconselha paralelamente à terapia da fala?

R: Dependendo sempre da causa e dos diferentes tipos de caso, a intervenção em cada um deve ser diferenciada. Assim a intervenção, a meu ver, deve ser sempre uma intervenção multi e transdisciplinar. Existem casos em que é necessária a intervenção da psicologia, fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional ou psicomotricidade juntamente com uma intervenção médica. Como exemplo, e voltando ao caso da disfluência (gaguez), será de todo benéfico um acompanhamento ao nível da terapia da fala, de modo a fornecer estratégias e técnicas para a pessoa ultrapassar algumas das suas dificuldades, mas também será importante um acompanhamento psicológico de modo a melhorar a performance comunicativa dessa pessoa.

Quando falamos de um caso de uma disartria ou afasia (provocado por um Acidente Vascular Cerebral ou um Traumatismo Crâneo-Encefálico) então o processo de reabilitação passará pela intervenção de vários profissionais, entre os quais o terapeuta da fala, o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional, entre outros.

4-De sua experiência pessoal e profissional o que falta ao homem para ser feliz?

R: Saber o que é a felicidade! É um conceito de difícil definição, pois cada homem tem o seu conceito. Mas falta sobretudo muito autoconhecimento, pois como quereremos lidar com o Mundo, se não nos conhecemos a nós? Este autoconhecimento, pedra angular das relações humanas, permite uma comunicação intra-pessoal, capacidade inata e única do ser humano, que é a grande chave para o sucesso, para a felicidade.

Falta também ainda, saber ouvir, saber compreender. Com a azáfama diária, com os problemas surgidos diariamente, torna-se fácil esquecer o importante… torna-se fácil esquecer o dar a mão, o cumprimentar, o dar uma palavra amiga, o olhar, o ajudar a levantar, o dar ânimo, o ouvir, o calar… tantas oportunidades de sermos felizes todos os dias e que não as aproveitamos…

Sermos felizes, depende de nós… vamos tentar?

terça-feira, 6 de abril de 2010

Afinal, para que serve a resiliência!




Estávamos a espera de um amigo, quando este nos liga e diz: “Um rapaz que mora no meu prédio jogou-se da janela de seu apartamento e caiu em frente da garagem. Estava quase a sair e agora estou diante desta cena horrível e não posso sair de casa. Só fiquei a imaginar a dor de seus pais. E eu, com um bebe em casa, fiquei a pensar no futuro de meu filho”.

Casos como este acontecem com muita frequência em Portugal. Estudos realizados pela Sociedade Portuguesa de Suicidologia indicam que a segunda maior causa de morte entre os adolescentes é o suicídio, sendo a primeira causa os acidentes de viação. “A idade com que as pessoas se suicidam tem vindo progressivamente a decrescer”, existindo “em idades mais precoces, como na infância”, sublinhou Maria Manuela Correia da direção do Núcleo de Estudos do Suicídio (NES) do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria, em Lisboa (fonte: sapo on line, 13 de Março de 2010, 10:35)

Estas estatísticas fazem com que nós: pais, educadores, psicólogos e a comunidade em geral, paremos para reflectir.

O que está a acontecer com nossas crianças e jovens? O que está a ocorrer no seio das famílias? O que está a passar na comunidade e sociedade em que estes jovens estão inseridos?

Existem uma série de reflexões a fazer que não se esgotarão neste artigo. Mas vejamos alguns aspectos.

As causas que levam ao suicídio podem ser múltiplas. No caso do rapaz, que se suicidou atirando-se da janela do prédio do nosso amigo, a causa apontada foi o fracasso escolar e a não possibilidade de conquistar a tão sonhada vaga na universidade; para outros jovens é a pressão na escola – como o Bullying, ou seja, os actos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully ou “valentão”) ou grupo de indivíduos com o objectivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender, história tão falada ultimamente nos telejornais; já para outros adolescentes as perdas amorosas e a briga com os namorados/as são momentos insuportáveis e já para outros é a desestruturação familiar, a quebra de vínculos, a falta de amor que impulsiona a acção de tirar a própria vida.

Mas, em todos os casos, é preciso avaliar: o que falta no conjunto dos elementos sociais (família, escola, sociedade) que não desenvolvem, ensinam, orientam, estratégias capazes de fazerem estes jovens superarem as frustrações naturais da idade e da vida?

Podemos dizer que há falta de uma disciplina importante na “vida escolar” e na “escola da vida”: a resiliência. Preocupamo-nos em dar o melhor aos filhos, as melhores condições de estudo, de casa, de roupas, os melhores telemóveis… cobramos e exigimos implacavelmente todo o esforço realizado em nome deles. Queremos as melhores notas, o melhor comportamento, o melhor feitio mas esquecemo-nos de fornecer-lhes os alicerces básicos para esta construção: amor, carinho e uma boa dose de exemplo. Sim, exemplo de paciência, de resiliência diante das dificuldades da vida.

Muitos jovens preferem a morte por não encontrarem mecanismos que façam superar os problemas do dia-a-dia. Foram orientadas a acreditarem que precisam ser perfeitos, ou que a vida sem alguém não faz sentido ou que não é possível reagir diante de uma ameaça, de uma violência.

Por isso, propomos aulas teóricas e práticas de resiliência!
A resiliência é a “Capacidade profunda para a superação de crise em situações adversas, estando presente em indivíduos, comunidades e instituições” (Nunes, 2007).

O ser resiliente possui um olhar positivo sobre a adversidade e desenvolve características como:

■Iniciativa (acção) – não espera que os problemas se resolvam do nada. Age procurando mudança e melhoria;
■Perseverança – constância nas acções – não desiste com facilidade;
■Coragem - Firmeza de ânimo ante o perigo, os reveses, os sofrimentos. Procura não se deixar abater;
■Encorajamento – incentiva a si mesmo e os outros para ir em frente;
■Esperança – encontrar os meios para atingir os objectivos, crença de que tudo acabará por correr bem;
■Fé - Adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro;
■Optimismo - Acreditar que os infortúnios são passageiros e que tudo resultará da melhor maneira possível;
■Sentido de vida ou objectivo de vida – O que quero para a minha vida? Aonde pretendo chegar? O que me faz feliz? Confrontar o que é possível e aceitar o que não pode ser mudado;
■Estabelece relações de apoio e colaboração com outras pessoas.

De acordo com estudos realizados por Seligmam (2005) para se conseguir o bem-estar e a felicidade é necessário perceber como as pessoas interpretam os momentos de crise e como passam por eles. Pessoas não resilientes adoecem e deprimem-se com mais frequência, têm maior probabilidade de cometer suicídios e não encontram o bem-estar desejado por não encontrarem estratégias eficientes para superarem os problemas naturais da vida, deixando-se levar pelo pessimismo, ou seja:

■Pela tendência em acreditar que as vicissitudes são irremovíveis, que minam todas as nossas actividades e
■Pelos sentimentos de impotência e incapacidade que geram desespero;

Por isso está mais do que na hora de investirmos no desenvolvimento de nossas capacidades de superação e de optimismo diante da vida. Valorizá-la e usufruir do melhor que ela nos tem a oferecer. O Saber & Sorrir lança o desafio. Vamos construir um mundo mais resiliente

Fonte:


Seligman, M. (2005) APRENDA A SER OPTIMISTA. Tradu�o de Alberto Lopes.






sapo on line, 13 de Mar�o de 2010